É nos campos que ele aparece. entre ervas, musgos, ao abrigo junto de árvores, de silvas e giestas, entre as pedras, nas vinhas e então é um nunca mais acabar de procurar, procurar e...
..."Olha aqui um!"... "olha! achei dois aqui."..."este aqui é meu."... "não, não eu vi primeiro.". São gritos de guerra que se ouvem escapar das bocas de quem procura o "senhor" frade e ao acha-lo, quer dizer a todos que o encontrou.
Quando há um grito de achar, normalmente vão todos, os que andam por ali, em direcção ao local de onde veio o grito, pois é voz corrente de que
onde há um frade está o companheiro por perto.
Para além de serem saborozissímos, os frades são bonitos de ver, de olhar, de apanhar e de trazer para casa. Depois há todo um contar de como foi, onde foi, quantos foram. Geram-se diálogos de comparação. "No ano passado também eu achei meia dúzia no Corgo". Ou "ainda ontem vi um saco cheio...". É muito melhor que conversa de caçador.
Mas sublime é mesmo sentir-lhe o cheiro, quando se destapa a panela. Ficar a mirar o percurso do fogão à mesa e depois pôr uma porção no prato, sentir os vapores que sobem ao ar e de seguida introduzir o garfo neste ensopado divinal, tocar a garfada com os lábios, sentir a língua inquieta de tanto salibar, finalmente na boca, mastigar, mastigar, saborear e ... hum! que manjar, que delícia.
Espero ter-vos aguçado o apetite e espicaçado a saudade destes momentos de andar nos campos. Atentamente.
At Ento
At Ento
2 comentários:
olhando para estes lindos cogumelos bem que me apetecia ir aos frades...
Estes até parecem frades de jardim, não me parece bem que o destino seja o prato, embora não me importasse mesmo de comer o ensopado.
SAUDAÇÕES
Olá. Bem-vinda IC.
Estes frades são um luxo, mas uma certeza é, fizeram parte do ensopado e, garanto, ficou tão bom que nem tempo deu para tirar a fotografia, foi um ar que lhe deu.
Mas ir aos frades é também um bom execício e ainda os há.
Saudações.
Atentamente.
At Ento
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