02 novembro 2006

Fontes de Parambos


Hoje falemos das fontes.
Começamos pela Fonte Velha. Localizada na zona das hortas e olivais no caminho descendente para os Lobetios e a Portelinha.
É uma fonte, de nascente que a alimenta de àgua todo o ano e corre ininterruptamente, para um tanque de pedra. Destina à rega das terras naquela zona. Está situada num local bucólico perto de olivais e zona das hortas, com muita verdura e as heras dão-lhe um enquadramento muito verde e refrescante, é uma mais valia, pois a àgua não é muito digestiva, é ferrosa e nada saborosa.
Recordo que quando garoto, se situava ali uma história de moura encantada que de mil em mil anos aparecia para encantar quem por ali passasse. O encantamento consistia em desafiar a pessoa a puxar um fio de ouro que aparecia de um buraco existente perto da fonte (hoje esse espaço está soterrado pelo aterro ali despejado) se fizesse no fim quebrava o encanto da moura e ficava com o ouro.
A última pessoa que o fez, foi enrolando o fio à volta do braço. Passado
bastante tempo tinha à volta de todo o braço tal quantidade de fio de ouro que já lhe custava a levantar. Perante isto pensou: Já me chega. Pegou numa pedra e batendo no fio de ouro, cortou-o. Nesse momento o ouro transformou-se em pó e a moura desapareceu, lamentando-se: Desgraçado, não tiveste perseverança, estava quase e agora dobraste-me o encanto.
Não se sabe a data deste acontecimento e mil anos, mesmo sendo muito tempo, pode ser um dia destes. Assim pensávamos quando, em criança, por ali brincávamos
Atentamente.
at Ento

10 comentários:

Anónimo disse...

Olá Conterrâneos.
Bela história que nos recordas, claro que deve ter a ver com a próximidade do castelo de Ansiães e daí as mouras... Percebe-se porque é que lhe chamam fonte Velha. se tem histórias tão antigas.
saudações aos bloguistas.
RL

At Ento/ViverParambos disse...

OlÁ caro RL.
Tens razão, a origem da história é de influência mourisca. São muitas as histórias que as nossas gentes contam e que se relacionam com os ancantamentos e o Castelo da Lavandeira. Seria interessante que alguém as contasse. estamos abertos à sua divulgação. Vamos lá activar as memórias.
Atentamente.
At Ento

Anónimo disse...

As regras de partilha da água para rega sempre foram das mais sólidas na nossa comunidade. Quando alguém não cumpria, criavam-se desavenças que duravam gerações. São histórias de uma vida rural que se acabou...

Anónimo disse...

Ó At Ento, vai haver prémio para o visitante 1000? Ao menos umas castanhas assadas, nem que seja em fotografia!

At Ento/ViverParambos disse...

Olá caro Viceversa, bem-vindo.
Confesso que já estranhava a ausência, vejo com agrado que apenas foi temporária.
“...as regras de partilha da água…” baseada na Palavra forte que visava a igualdade no acesso de todos perante um bem no qual assentava a boa cultura e a sobrevivência. Quem não cumpria era posto à margem da comunidade e por aí ficava a incomodar todos até um dia... Agora a vida rural “inventou” os furos que usa e abusa enquanto das fontes continua a correr água que não se aproveita na totalidade.
Tempos modernos.
Saudações.
Atentamente.
At Ento.

At Ento/ViverParambos disse...

Olá Sofia M.
É verdade! ultrapassamos as mil visitas, um número bonito para os nossos 3 meses de vida. Não tínhamos nada previsto para a milésima visita, se foi o caso, a nossa estima agora tem um valor acima de mil. Para todos os bloguistas que têm dado brilho a este espaço, um justo Obrigado.
Saudações.
Atentamente.
Et Ento

Anónimo disse...

FOI BOM REAVIVAR MEMÓRIAS DO TEMPO EM QUE ATÉ PARA BEBER SE RUMAVA À FONTE NOVA, À VELHA E ATÉ À PRESA.
E APESAR DE SER VIOLENTO, QUE BONS QUE ERAM ESSES TEMPOS...
E ENTÃO A PARTILHA DA ÁGUA, DAVA PARA UM LIVRO... POIS TAMBÉM SE PARTILHAVAM AS CONVERSAS, LONGAS COM O FIO DE OURO DA ENCANTADA MOURA...
Ó ATENTO POR ACASO AINDA SE LEMBRA DO "cego"?

At Ento/ViverParambos disse...

Olá IC.
Bonitas palavras que respiram recordações, "...Até para se beber se rumava à Fonte... Partilhavam-se as conversas..."
Sim as fonte eram sobretudo fonte de partilha, da água e das boas vizinhanças, de cumplicidades e de vivências. As fontes podiam ser um local de espera de um encontro esperado ou inesperado. Se as fontes falassem a linguagem dos homens...
Do "cego" se lembro! Isso sim dava um livrão ou talvez não, mas bastante antigo para ser conhecido.
Que as fontes não deixem de correr.
Saudações.
Atentamente.
At Ento

Anónimo disse...

VIVER PARAMBOS NÃO É SÓ PARALELOS E SIM TAMBEM AS COISA BONITAS QUE TEMOS AS NOSSA FONTES, LUGARES DE LAZER COMO A CONTINUAÇÃO DO PROMETIDO ARRANJO PAISAGISTICO DO LUGAR DO CABEÇO

At Ento/ViverParambos disse...

Olá Caro Anónimo.
Claro que Viver Parambos é um estado de espirito muito real que nos une às Pedras às Fontes às Gentes e a todas as Coisas Bonitas que nós sabemos existirem. Por isso é que criamos este espaço para as divulgar e para as termos à mão para mostrar aos nossos amigos que ainda não conhcem este Verde lugar.
O cabeço vaia aparecer aqui um dia destes.
Até lá. Saudações verdes.
Atentamente.
At Ento