Estamos no S. João.
Um santo muito festejado e dos mais populares, em todo o Portugal.
Cá na nossa aldeia, já foi um dos dias mais esperados e aguardados, pois era dos primeiros bailaricos que se faziam depois da Páscoa.
Começava-se uns tempos antes a descobrir as ervas e arbustos, dos melhores para a fogueira, que se baseava no Trovisco, na Belaluz, Urzes e outras plantas verdes que dessem aso ao fumo.
Bastante, pois quanto mais fumo melhor, assim se defumavam as casas preparando-as para o Verão e para todo o ano.
Cada casa fazia a sua fogueira no meio da rua e quem passasse por aí era obrigado a passar-lhe por cima.
Saltar a fogueira, era o que faziam os mais novos, depois de acenderem a sua, corriam aldeia a saltar a dos outros e a comparar.
Depois havia dança. Geralmente as raparigas faziam uma cascata no Chôpo, alindavam o largo com cordões de "ceroulas" de papel colorido e aí se fazia o bailarico.
A música era o que se podia arranjar, uns tempos bem atrás era o Pica (pai) que vinha, de Covas do Douro, com a sua concertina. Outras vezes era a grafonola do Cesaltino. Também passou por cá o Polivio, do Castanheiro, e a sua viola. Depois passou-se a alugar aparelhagem, onde se tocava discos, com ampliação e alto falante, até que alguém na aldeia comprou um gira disco e aí vai disto, que dizer música.
Fomos ao Baú achamos esta foto em que o S João saiu em andor na procissão do Padroeiro.
Agora estas animações diluem-se noutros festejos e o S. João já não é o que era, dirão os mais velhos. Os mais novos fazem-no à sua maneira, por vezes não o fazendo, sinais dos tempos.
Havia algumas tradições ligadas a este dia, que se prendiam com o futuro, como o nome de quem casava com quem e outra adivinhações, se alguém se lembrar recordem para nós comentando.
At ento
4 comentários:
Longe vão os tempos do S. João do Choupo com o bailarico ao toque do gira discos com o rematar no bazar do calice de vinho do Porto para as raparigas com que dançavas da cascata de S. João do saltar das fogueiras eram tempos de animação e de muita mucidade que era unida e amiga uns dos outros o que agora já não é cada um vive para si por isso estas tradições se perderam por falta do espirito de união. Ai se o tempo pode-se voltar para traz que bom que era. Saudações de amizade.
Olhei atentamente mas não consegui identificar os meninos que estão a pegar no andor.
Certamente já nem são meninos...
Olá Ju estes meninos são os filhos do Agostinho
Afinal uma boa noite de sono faz muito bem às memórias. Olhei novamente para as fotografias e de imediato identifiquei os meninos do andor.
Tenho quase a certeza que são os filhos do Agostinho. Acertei?
Um abraço.
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